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As Origens da Teosofia

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As Origens da Teosofia

Um Trecho da Obra “A Chave da Teosofia”

Helena P. Blavatsky

Nota dos Editores:

Da Sociedade Original

Para o Movimento de Hoje

Na primeira parte do século 21, o movimento teosófico possui o mesmo potencial sagrado a ser desenvolvido no longo prazo, e enfrenta desafios semelhantes aos que enfrentava quando, no final do século 19, foi publicada a obra “A Chave da Teosofia”, de H. P. Blavatsky. Tudo indica que, no fundamental, isso não se alterará nos próximos séculos. No entanto, tem havido mudanças significativas no plano externo e organizacional, e a velha Sociedade dos anos 1880 já não existe mais.

A Sociedade Teosófica original foi fundada em 1875 por H.P.B., com ajuda de Henry Olcott, William Judge e outros. A reunião em que decidiu-se pela criação do movimento ocorreu em 7 de setembro de 1875. No dia seguinte, houve a primeira reunião formal, com Ata.

Poucos anos depois da morte de H.P.B., em 1891, a Sociedade original perdeu o rumo e começou a fragmentar-se. Sob a direção de Annie Besant, o fragmento mais numeroso do movimento deixou de dar prioridade à teosofia original e passou a dedicar atenção prioritária a ritualismos, à fantasia de que Jiddu Krishnamurti seria um Avatar, a conversas imaginárias com Mestres e  outras novidades de curta duração. Com sede internacional em Adyar, na Índia, a Sociedade de Annie Besant abandonou a filosofia esotérica clássica e passou a tratá-la como uma curiosidade histórica e literária, algo interessante mas “demasiado difícil”.

Tendo optado pelo Caminho Fácil da pseudo-teosofia − privada há pouco mais de um século da fonte viva e original de inspiração − a Sociedade de Adyar vive hoje um outono difícil e uma situação inédita, criada após a crise e a fraude eleitoral de 2007-2008.

Depois de ter sido nomeado durante vários mandatos consecutivos para uma posição de confiança − como vice-presidente internacional −, o sr. John Algeo lançou, no final de 2007, uma candidatura independente contra a candidatura à reeleição da sra. Radha Burnier, que preside Adyar desde 1980.

A principal bandeira eleitoral de John Algeo consistia em afirmar que Radha Burnier já não tinha condições de saúde suficientes para continuar na presidência. A isso seguiu-se uma campanha eleitoral marcada por iradas acusações mútuas de fraude. A luta cega pelo poder prosseguiu sem trégua mesmo depois da questionada vitória eleitoral de Radha Burnier, que ocorreu em meados de 2008. Teosofistas experientes de Adyar – que têm respeito pela teosofia autêntica ainda que não a sigam – narram episódios lamentáveis no estágio atual da crise de poder. Não nos cabe entrar nestas questões específicas, embora elas sejam bem conhecidas do público, em língua inglesa. O teosofista brasileiro Pedro Oliveira (ex-secretário internacional nos anos 1990 e hoje influente no campo favorável a Radha Burnier) publicou pelo menos dois textos descrevendo passo a passo a “conspiração anti-ética” dos seguidores de Algeo.  Amplamente conhecidos em língua inglesa, estes e outros textos da crise ainda não foram traduzidos ao português.

Teosofistas de Adyar que ocupam posições de liderança no Brasil e fora do Brasil consideram que há, agora, uma divisão praticamente irreversível entre os partidários de John Algeo e os partidários de Radha Burnier. Algeo tem o apoio da maior parte das seções nacionais do Ocidente. Radha Burnier conta com o apoio da Índia e de umas poucas seções nacionais do Ocidente. Deste modo, a Sociedade criada por Annie Besant após a morte de Helena Blavatsky deixa, na prática, de existir. Organizada em mais de 50 países, ela agora está dividida de fato entre os “moderados tradicionalistas”, que seguem Radha Burnier, e os “academicistas modernizantes céticos”, que seguem John Algeo, e cujos líderes parecem pretender abandonar todo respeito pela Teosofia, ou pela Ética. E isso não ocorre por acaso. Aparentemente, John Algeo e suas ações representam para Adyar o carma maduro do abandono da teosofia por parte da Sociedade criada por Annie Besant há pouco mais de um século atrás.

Nesta primeira parte do século 21, existem duas outras correntes internacionalmente organizadas de pensamento teosófico.

1) Uma delas é a Sociedade Teosófica com sede internacional em Pasadena, na Califórnia. A Sociedade de Pasadena está organizada em cerca de 10 países, e não caiu no populismo “neo-adventista” de Annie Besant, mas ajudou a preservar porções significativas da literatura original, dando até hoje uma contribuição qualitativa que é importante para o conjunto do movimento.

2) Outra escola de pensamento teosófico organizada internacionalmente e independente de Adyar é a Loja Unida de Teosofistas, LUT. Fundada em 1909, a LUT é a única das três correntes que jamais caiu na tentação de burocratizar o movimento, de proclamar que seus líderes eram grandes iniciados,  de engajar-se em lutas por poder ou de abandonar o ensinamento original. Presente hoje em cerca de 15 países, ela cresceu lentamente. Priorizando a vivência teosófica e trabalhando em silêncio, a LUT preservou o bom senso e o rumo correto. Uma das duas únicas revistas teosóficas mensais publicadas em papel hoje no mundo é feita por associados da LUT em Mumbai, na Índia. Seu nome é “The Theosophical Movement”.  A outra revista mensal pertence à Sociedade de Adyar.

Existem também numerosos grupos teosóficos, quase locais, mas influentes no cenário internacional. Entre eles estão a Sociedade Teosófica de Edmonton, no Canadá; os teosofistas da “Tradição de Point Loma” (Alemanha e Estados Unidos); e a “Fundação Blavatsky” (México).  E há milhares de indivíduos independentes ao redor do mundo, inspirados pela obra e pela proposta de ação de H.P. Blavatsky e dos outros pioneiros do movimento teosófico.

Devido à diversidade organizativa que hoje caracteriza o movimento, é importante lembrar, portanto, que − quando HPB menciona no texto a seguir a “Sociedade Teosófica” − ela se refere ao conjunto do movimento, naquele tempo ainda convivendo com pluralidade dentro da mesma grande instituição que ela fundara.

O amplo e diverso Movimento Teosófico atual necessita cada dia mais estudar e compreender a teosofia original, para que possa recuperar a sua vitalidade e assim ajudar com eficiência na construção da sociedade fraterna que marcará a civilização do futuro.  A teosofia autêntica contém a chave para o despertar mais amplo da consciência planetária que possibilita a prática  da fraternidade universal.

Feita esta rápida radiografia do da situação atual do movimento teosófico, vejamos agora o texto extraordinário de H. P. Blavatsky sobre as fontes da filosofia esotérica moderna. Trata-se de uma parte do capítulo um da sua obra “A Chave da Teosofia”.

Fraternalmente,

Os Editores do site www.filosofiaesoterica.com .   (Novembro de 2009)

As Origens da Teosofia

A Teosofia e a Sociedade Teosófica

Helena Blavatsky

O SIGNIFICADO DO NOME

PESQUISADOR: Frequentemente, a teosofia e as suas doutrinas são descritas como uma nova religião.  Isso é verdade?

TEOSOFISTA: Não. Teosofia é conhecimento divino ou ciência divina.

PESQ.: Qual é o verdadeiro significado do termo?

TEOS.: Sabedoria Divina. “Theosophia” significa sabedoria dos deuses, assim como “Teogonia” significa genealogia dos deuses.  A palavra “theos” significa um deus, em grego, um dos seres divinos, e  certamente não significa “Deus” no sentido que se dá atualmente ao termo. Portanto, ela não é “Sabedoria de Deus”, como alguns traduzem o termo, mas aquela  Sabedoria Divina que pertence aos deuses. O termo existe há muitos milhares de anos.

PESQ.: Qual é a origem do nome?

TEOS.:  Ele vem dos filósofos de Alexandria, os chamados amantes da verdade, Filaleteus, de “Fil” (amar) e “Aleteia” (verdade). O nome “teosofia” data do século três da nossa era, e começou a ser usado por Amônio Saccas e seus discípulos 1, que criaram o sistema Teosófico Eclético.

PESQ.: Qual era o objetivo deste sistema?

TEOS.: Em primeiro lugar, transmitir algumas grandes verdades morais a seus discípulos, e a todos os que eram “amantes da verdade”. Disso surgiu o lema adotado pela Sociedade Teosófica: “Não há religião mais elevada que a verdade”.2 O  principal objetivo dos fundadores da Escola Teosófica Eclética era um dos objetivos da sua sucessora moderna, a Sociedade Teosófica, isto é, reconciliar todas as religiões, seitas e nações sob um sistema comum de ética, com base em verdades eternas.

PESQ.:  Que meios você  tem de mostrar que isto não é um sonho impossível, e que todas as religiões do mundo estão baseadas em uma única e mesma verdade?

TEOS.: O estudo e a análise comparada das religiões. A “Religião da Sabedoria” era uma só, nos tempos antigos. A unidade da filosofia religiosa primitiva está comprovada pela identidade das doutrinas ensinadas pelos Iniciados nos MISTÉRIOS, uma prática que, naqueles tempos, era adotada universalmente. “Todas as velhas formas de adoração indicam a existência de uma só Teosofia anterior a elas. A chave que abre uma deve abrir todas; caso contrário não poderá ser a chave correta.” (“Eclectic Philosophy”)


O PROGRAMA DE AÇÃO DA SOCIEDADE TEOSÓFICA

PESQ.: Na época de Amônio, havia várias grandes religiões antigas, e as seitas no Egito e na Palestina eram numerosas, sem pensar em outras regiões.  De que modo ele poderia conciliá-las?

TEOS.: Fazendo o que estamos tentando outra vez agora. Os neoplatônicos eram numerosos, e pertenciam a várias filosofias religiosas.3 O mesmo acontece com os nossos teosofistas. Naquele tempo, o judeu Aristóbulo dizia que a ética de Aristóteles representava os ensinamentos esotéricos da Lei de Moisés; Filo Judeu se esforçava por reconciliar o Pentateuco com a filosofia pitagórica e platônica; e Josefo comprovava que os essênios de Carmelo eram simplesmente os copistas e seguidores dos terapeutas egípcios (os curadores).  O mesmo ocorre em nossos dias. Nós podemos mostrar a origem e a trajetória de cada grupo cristão, incluindo a menor das suas seitas. As seitas são os ramos menores nascidos dos galhos maiores da árvore; mas ramos e galhos surgem do mesmo tronco: a RELIGIÃO DA SABEDORIA.  A meta de Amônio era provar isso. Ele se esforçava por induzir gentios e cristãos, judeus e idólatras, a deixar de lado suas disputas e brigas, lembrando apenas que todos possuíam a mesma verdade sob diferentes vestimentas, e eram todos filhos de uma mesma mãe.4 Esta é também a meta da teosofia.

PESQ.: Com base em que autoridades você faz estas afirmações sobre os antigos  teosofistas de Alexandria?

TEOS.: Um número quase incalculável de escritores bem conhecidos. Mosheim, um deles, diz o seguinte:

“Amônio ensinava que a religião das multidões avançava lado a lado com a filosofia, e compartilhava com ela o destino de ser corrompida e obscurecida por meras vaidades, mentiras e superstições humanas; que a religião deveria ser, portanto, trazida de volta para a sua pureza original, expulsando dela o lixo e expondo-a com base em princípios filosóficos; e que Cristo tinha como objetivo restabelecer e restaurar na sua integridade primitiva a sabedoria dos antigos; colocar certos limites à influência dominante da superstição; e, em parte, corrigir, em parte eliminar, os vários erros que haviam aparecido nas diferentes religiões populares.”

Isto é precisamente o que os teosofistas modernos dizem.  A única diferença é  que o grande filaleteu era ajudado e apoiado, no programa de ação que ele seguia, por dois padres da igreja −  Clemente e Atenágoras − e por todos os rabinos instruídos da sinagoga, da Academia  e dos bosques, e ensinava uma doutrina comum a todos; enquanto que nós, que seguimos a mesma linha de ação, não recebemos reconhecimento, mas, ao contrário, somos alvos de insultos e perseguição. Assim, podemos ver que 1500 anos atrás as pessoas eram mais tolerantes do que neste século iluminado.

PESQ.: Amônio era encorajado e apoiado pela igreja porque, apesar das suas heresias, ele ensinava cristianismo e era um cristão?

TEOS.: Não, de modo algum. Ele nasceu como cristão, mas nunca aceitou o cristianismo do igreja. O mesmo escritor afirmou, sobre Amônio:

“Ele teve apenas que propor as suas instruções de acordo com os antigos pilares de Hermes, que Platão e Pitágoras conheciam antes dele, e com base nos quais eles constituíram suas filosofias. Encontrando a mesma ideia no prólogo do evangelho segundo São João, Amônio naturalmente supôs que o propósito de Jesus era restaurar aquela grande doutrina de sabedoria em sua integridade primitiva. As narrativas da Bíblia e as histórias dos deuses eram vistas por Amônio como alegorias ilustrativas da verdade, ou então fábulas a serem rejeitadas.”  Além disso, como afirma a Edinburgh Encyclopaedia, “ele reconhecia que Jesus era um excelente homem, e “amigo de Deus”, mas alegava que ele não pretendia abolir inteiramente a adoração de demônios (deuses), e que sua única intenção era purificar a religião antiga.”

A RELIGIÃO DA SABEDORIA, ESOTÉRICA EM TODAS AS ERAS

PESQ.: Se Amônio nunca escreveu nada, como podemos ter certeza de que estes eram os seus ensinamentos?

TEOS.:  Tampouco Buddha, Pitágoras, Confúcio, Orfeu, Sócrates, ou mesmo Jesus, deixaram quaisquer escritos.  No entanto, na maior parte dos casos eles são personagens históricos, e os seus ensinamentos sobreviveram. Os discípulos de Amônio (entre eles Orígenes e Herênio) escreveram tratados e explicaram a sua ética. Certamente estes tratados têm uma origem historicamente tão comprovada quanto a origem dos escritos apostólicos, ou mais. Além disso, os seus alunos − Orígenes, Plotino, Longinus (conselheiro da famosa rainha Zenobia) − todos deixaram registros volumosos sobre o Sistema Filaleteu; e isso pelo menos em seus aspectos públicos, porque a escola estava dividida em ensinamentos exotéricos e esotéricos.

PESQ.: Como os princípios esotéricos chegaram até os nossos dias, já que, segundo você afirma, aquilo que é propriamente chamado RELIGIÃO DA SABEDORIA era esotérico?

TEOS.: A RELIGIÃO DA SABEDORIA foi sempre a mesma, e como ela é a última palavra em termos do máximo conhecimento humano possível, ela foi, portanto, cuidadosamente preservada. Ela existe desde longas eras anteriores aos teosofistas de Alexandria. Ela chegou à era moderna, e irá durar até depois de qualquer outra religião e filosofia.

PESQ.:  Mas onde, e por quem ela foi preservada?

TEOS.:  Entre os Iniciados de cada país. Entre os que se dedicam profundamente à busca da verdade − seus discípulos. E naquelas regiões do mundo onde tais assuntos sempre foram valorizados e investigados: a Índia, a Ásia Central e a Pérsia.

PESQ.: Você pode dar algumas provas da existência deste esoterismo?

TEOS.: A melhor prova é  o fato de que em todo culto religioso − ou melhor, filosófico − da antiguidade havia um ensinamento secreto, ou esotérico, e uma adoração exotérica (para o público externo). Além disso, é bem conhecido o fato de que os MISTÉRIOS dos antigos se dividiam em todos os países em MISTÉRIOS “maiores” (secretos) e “menores” (públicos): por exemplo, nas celebradas solenidades chamadas Eleusínia, na Grécia. Desde os hierofantes da Samotrácia, no Egito, até os brâmanes iniciados da Índia, passando pelos rabinos hebreus, mais recentes, todos preservaram em segredo, por medo de profanação, as suas crenças que dependiam de boa fé. Os rabinos judeus chamavam a sua série secular de ensinamentos religiosos pelo nome de Mercavá (o corpo externo), “o veículo”, ou a cobertura que contém a alma oculta −, isto é, o conhecimento mais elevado e secreto. Nenhuma das nações antigas jamais transmitiu às massas, através dos seus sacerdotes, os seus verdadeiros segredos filosóficos. Transmitiram, publicamente, apenas a casca externa. O budismo do norte tem o seu veículo “maior” e o seu veículo “menor”, conhecidos como as escolas Mahayana, esotérica, e Hinayana, exotérica. Você não pode criticá-los por um tal segredo: seguramente você não pensaria em alimentar um rebanho de ovelhas com elevadas dissertações sobre botânica, ao invés de dar-lhes capim. Pitágoras chamava a sua Gnose de “o conhecimento das coisas que são”, e preservou aquele conhecimento apenas para os seus discípulos que haviam feito votos solenes: para aqueles que podiam digerir um tal alimento mental e sentir-se satisfeitos com ele. E ele exigia deles o compromisso do segredo. Os alfabetos ocultos e cifras secretas surgiram a partir dos antigos escritos hieráticos do Egito, cujo segredo estava, nos tempos antigos, em poder apenas dos hierogramatistas, os sacerdotes egípcios iniciados. Amônio Saccas, segundo seus biógrafos, exigia um juramento dos seus discípulos no sentido de que não divulgariam as suas doutrinas mais elevadas exceto para aqueles que já haviam sido instruídos em níveis preliminares de conhecimento, e que também deviam assumir um compromisso solene.  Finalmente, será que nós não encontramos a mesma coisa no cristianismo primitivo, entre os gnósticos, e mesmo nos ensinamentos de Cristo?  “A vocês”, diz ele, “é dado conhecer os mistérios do reino dos céus; mas para eles que estão fora, todas estas coisas são dadas em parábolas” (Evangelho segundo Marcos, 4: 11).  “Os essênios da Judéia e de Carmelo faziam distinções similares, dividindo os seus membros entre os que eram neófitos, os que eram irmãos, e os que eram perfeitos, ou iniciados” (“Eclectic Philosophy”).   Há exemplos disso em cada país.

PESQ.:  É possível alcançar a “Sabedoria Secreta” apenas pelo estudo? As enciclopédias definem Teosofia de modo muito semelhante à definição do Dicionário Webster, isto é, como “um suposto contato com Deus e espíritos superiores e a conseqüente obtenção de conhecimento sobre-humano através de meios físicos e processos químicos.”  Isso é verdade?

TEOS.:  Penso que não. E tampouco há qualquer lexicógrafo que seja capaz de explicar, seja para si mesmo ou para outros, como um poder sobre-humano poderia ser alcançado por meios físicos ou processos químicos. Se o dicionário Webster tivesse dito “através de processos metafísicos e alquímicos”, a definição estaria aproximadamente correta. Assim como está, ela é absurda.  Assim como os modernos, os teosofistas antigos afirmavam que o infinito não pode ser conhecido pelo finito − isto é, não pode ser percebido pelo Eu finito − mas que a essência divina pode ser comunicada ao Eu Espiritual superior em um estado de êxtase. Esta condição dificilmente pode ser obtida, como ocorre no caso do hipnotismo, por “meios físicos e químicos”.

PESQ.: Qual é a sua explicação para isso?

TEOS.: O verdadeiro êxtase foi definido por Plotino como “o fato de a mente libertar-se da sua consciência finita, tornando-se una com o infinito e identificando-se com ele”.  Esta é a condição mais elevada, diz o professor Wilder, mas não é uma condição que dure permanentemente, e só é alcançada por um número extremamente reduzido de indivíduos. O êxtase é, na realidade, idêntico ao estado de consciência chamado de Samadhi na Índia. Este último é alcançado pelos Iogues, que o tornam possível, fisicamente, através de uma abstinência extremamente rigorosa de comida e bebida, e, mentalmente, através de um esforço incessante para purificar e elevar a mente. A meditação é uma oração silenciosa e sem palavras; ou, como Platão afirmou, ela é “a ardente busca do divino por parte da alma, não para pedir qualquer bem específico (como ocorre no significado comum da palavra ‘oração’),  mas pelo bem em si mesmo, pelo Bem universal e Supremo” − do qual todos fazemos parte na terra, e de cuja essência nós todos emergimos. Portanto, acrescenta Platão,  “permaneça em silêncio na presença dos seres divinos, até que eles retirem as nuvens dos seus olhos e o capacitem para ver a luz que é transmitida por eles, e não ver o que a você parece ser bom, mas sim o que é intrinsecamente bom.” 5

PESQ.:  Então, ao contrário do que alguns afirmam, a teosofia não é um sistema novo?

TEOS.: Só os ignorantes podem referir-se a ela deste modo. Ela é tão velha quando o mundo, em seus ensinamentos e sua ética, se não em nome; assim como é, também, o sistema mais amplo e mais católico de todos.

PESQ.: Como pode ser, então, que a teosofia tenha permanecido tão desconhecida entre as nações do Hemisfério Ocidental?  Por que ela tem sido como um livro fechado para as raças que são consideradas como as mais cultas e avançadas?

TEOS.:  Acreditamos que havia nações igualmente cultas em épocas antigas, e que, sem dúvida, elas eram espiritualmente mais “avançadas” do que nós. Mas há várias razões para esta ignorância voluntária. Uma delas foi dada por São Paulo aos cultos cidadãos atenienses − ; a perda, durante longos séculos, da verdadeira compreensão espiritual, e até mesmo do interesse, devido a uma devoção excessivamente grande das pessoas pelas coisas dos sentidos, e por causa da sua longa escravidão à letra morta do dogma e do ritualismo.  Mas a razão mais forte disso está no fato de que a verdadeira teosofia foi sempre mantida em segredo.

PESQ.: Você expôs provas de que este segredo existe; mas qual é o real motivo dele?

TEOS.: As causas foram as seguintes.  Em primeiro lugar, a perversidade média da natureza humana, e o seu egoísmo, sempre tendendo para a gratificação dos desejos pessoais, em detrimento dos seus semelhantes, e mesmo dos mais próximos.  A tais pessoas nunca se poderia confiar segredos divinos Em segundo lugar, o fato de que não se pode confiar em que tais pessoas irão evitar a profanação do conhecimento sagrado e divino. Foi este segundo fator que levou à distorção dos símbolos e das verdades mais sublimes, e à gradual transformação de coisas espirituais em imagens antropomórficas, concretas e grosseiras −; em outras palavras, ao rebaixamento da ideia de divindade e à idolatria.

O texto acima foi traduzido de “The Key to Theosophy” (“A Chave da Teosofia”) ,  Theosophy Company, em Los Angeles, EUA, em 1987, 310 pp.

Para ter acesso a um estudo diário da teosofia original e sem distorções, escreva a lutbr@terra.com.br e pergunte como é possível acompanhar o trabalho do e-grupo SerAtento.

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