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O TEOSOFISTA – Março/2009 III – Período do Devachan

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Como Termina o Período do Devachan

O Impulso Para Renascer Encerra o Descanso Entre Duas Vidas

O longo estágio de bem-aventurança que ocorre entre uma vida e outra é chamado de “Devachan” ou “local divino”. É o Devachan que faz com que haja, em média, algo entre 1000 e 4000 anos entre duas encarnações da mesma alma espiritual.

Mas por que o Devachan não se eterniza?
O que é que faz surgir, no final do Devachan, um impulso por nascer de novo?
Qual é o conjunto de causas e efeitos que provoca a reencarnação do eu superior de alguém?
E de que maneira são determinadas as condições em que a alma renascerá?

Estas questões são abordadas na monumental Carta 68 dos dois volumes “Cartas dos Mahatmas Para A.P. Sinnett” (Ed. Teosófica). O texto  menciona os cinco tipos de skandhas ou registros cármicos que levam os códigos da energia vital de uma encarnação para a outra.

Para entender como funcionam os skandhas, podemos usar um exemplo da tecnologia moderna. Quando duas pessoas falam ao telefone, a voz do indivíduo A é codificada, ou melhor, desmaterializada e transformada em códigos eletrônicos (equivalentes a skandhas). Na recepção, o telefone do indivíduo B saberá decodificar e rematerializar tais registros abstratos de som.

Portanto, ao telefone, cada som passa por uma desmaterialização (ou morte) e uma rematerialização (ou renascimento) quase instantâneos. Em um aparelho de telefax, ou de telégrafo, ocorre a mesma coisa. A mensagem “renasce” em outro “corpo físico”, isto é, outro papel e outra tinta.

Na Internet, o processo é similar. A mensagem mandada desde um computador “renasce” graças ao “corpo físico” do monitor do computador usado para recepção e leitura, ou graças à impressora e à tinta que permitirão colocar a mensagem em uma folha de papel. As palavras deste parágrafo que está sendo lido agora, por exemplo, não viajaram até o leitor enquanto palavras. Elas foram eletronicamente desmaterializadas, transmitido em forma de códigos e re-materializadas graças aos computadores e monitores usados pelos que lêem o boletim O TEOSOFISTA.

O que ocorre na transição entre duas vidas humanas é de certo modo semelhante. As informações cármicas (ou skandhas) dos padrões energéticos são desmaterializadas, depois processadas, purificadas, transmitidas para novos contextos por um processo de afinidade cármica, e finalmente reencarnam ou se re-materializam graças à matéria física e astral dos novos locais.

O processo de concepção de um feto humano inicia o processo de “materialização” da Alma que está pronta para renascer. É claro que uma criança não é mera cópia da vida anterior. Ela é um renascimento em novo contexto da mesma essência interior presente na vida prévia, e vem purificada pela longa bênção do Devachan.

Diz o Mestre, na fundamental carta 68:

Se você perguntar a um monge budista erudito o que é Carma – ele dirá a você que Carma é o que um cristão poderia chamar de Providência (apenas em um certo sentido) e um maometano Kismet, destino (de novo, em certo sentido). Dirá que é esta doutrina fundamental que ensina que, assim que qualquer ser sensível morre, seja homem, deva ou animal, um novo ser surge, e ele reaparece em outro nascimento, no mesmo ou em outro planeta, sob condições criadas por ele mesmo. Ou, em outras palavras, que o Carma é o poder orientador, e Trishna (em páli Tanha) a sede ou desejo de vida sensível, a próxima força ou energia, a resultante da ação humana (ou animal) que, a partir dos velhos Skandhas, produz o novo grupo que forma o novo ser e controla a natureza do próprio nascimento. Ou, para torná-lo ainda mais claro, o novo ser é recompensado e punido pelos atos meritórios e maus atos do ser velho; o Carma representa um Livro de Registros no qual todos os atos do homem, bons, maus ou indiferentes, são cuidadosamente anotados para seu débito e crédito – por ele mesmo, digamos, ou mais precisamente pelas próprias ações dele. Lá onde a ficção poética cristã criou e vê um Anjo “Registrador” Guardião, a lógica budista, severa e realista, mostra sua real presença percebendo a necessidade de que cada causa tenha seu efeito. Os oponentes do Budismo têm dado grande destaque à alegada injustiça de que o autor escape e a vítima inocente seja forçada a sofrer – já que o autor dos atos e quem sofre são seres diferentes. O fato é que, embora em certo sentido eles possam ser considerados diferentes, em outro sentido eles são idênticos. O “ser velho” é o progenitor – pai e mãe ao mesmo tempo – do “novo ser”. É o anterior que cria e dá forma a este último, na realidade; e muito mais do que qualquer pai carnal. E uma vez que você tenha dominado bem o significado dos Skandhas você verá o que quero dizer.

É o grupo de Skandhas que forma e constitui a individualidade física e mental que nós chamamos de homem (ou qualquer ser). Este grupo consiste (no ensinamento exotérico) de cinco Skandhas, isto é: Rupa, as propriedades ou atributos materiais; Vedana, sensações; Sanna, idéias abstratas; Samkara, tendências tanto físicas quanto mentais; e Vinnana, poderes mentais, uma ampliação do quarto, significando as predisposições mentais, físicas e morais. Nós acrescentamos a eles dois outros, cujos nomes e naturezas você pode aprender mais adiante. No momento é suficiente fazer com que saiba que eles estão conectados com, e são produtores de, Sakkayaditthi, a “heresia ou ilusão da individualidade” e de Attavada, “a doutrina do Eu”, sendo que ambos (no caso do quinto princípio, a alma) levam à maya da heresia e da crença na eficácia de vãos rituais e cerimônias, em orações e em intercessão.

Bem, retorno à questão da identidade entre o velho homem e o novo “Ego”. Devo lembrá-lo mais uma vez de que até mesmo a sua ciência aceitou o fato antigo, muito antigo, ensinado pelo nosso Senhor, isto é, que um homem de qualquer idade, embora seja o mesmo do ponto de vista da sensibilidade, fisicamente não é o mesmo que era alguns anos antes (nós dizemos sete anos, e estamos preparados para defender e provar esta afirmativa); na linguagem budista, os Skandhas dele mudaram. Ao mesmo tempo eles estão sempre e incessantemente trabalhando na preparação do molde abstrato, a “particularização” do futuro novo ser. Bem, então, se é justo que um homem de 40 anos tenha satisfação ou sofra devido às ações do homem de 20 anos, também é igualmente justo que o ser de um novo nascimento, que é essencialmente idêntico ao do nascimento anterior, sinta as conseqüências daquele Eu ou daquela personalidade geradora. As suas leis ocidentais, que punem o filho inocente de um pai culpado ao privá-lo de seu pai, de seus direitos e propriedades; a sua sociedade civilizada, que rotula com a infâmia a filha inocente de uma mãe imoral e criminosa; a sua Igreja Cristã e suas escrituras, que ensinam que “O Senhor Deus castiga pelos pecados dos pais até a terceira e a quarta geração”; não é tudo isso muito mais injusto e cruel do que qualquer coisa feita pelo Carma? Em vez de punir o inocente junto com o culpado, o Carma vinga e recompensa o inocente, o que nenhum dos seus três poderes ocidentais acima mencionados pensou alguma vez em fazer.

[ Trecho reproduzido das pp. 310-312, volume I, Carta 68, de “Cartas dos Mahatmas”, Editora Teosófica, Brasília. ]

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