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O SOM e a PES

Por: Lígia Amorese Gallo.
Como humanos, temos sérias limitações físicas envolvendo nossos sentidos. Não vemos além de certa faixa de espectro luminoso, não ouvimos a partir de determinados tons, simplesmente nosso aparelho sensorial foi projetado para servir a uma mente habilidosa que vem se demonstrando apta a driblar tais deficiências a partir de outras capacidades natas apenas ao nosso gênero. Mesmo assim, a curiosidade quanto a como a natureza seria caso ouvíssemos além de nossa capacidade auditiva, ou víssemos mais cores além das do espectro visível, existe… e por vezes lança-nos na pesquisa e desenvolvimento de utensílios que nos permitam burlar e extrapolar tais limites.
Fato: ondas sonoras infra-sônicas propagam-se a longas distâncias… um grito infra-sônico seria suficiente para avisar a mãe que se está chegando para o almoço ainda a caminho de casa, em outra cidade… bem, não vamos exagerar mas o caso é que elefantes fazem isso muito bem. A telepatia que lhes era atribuída há muitos anos como um meio de comunicação entre as manadas distando quilômetros de distância umas das outras, só foi explicada quando se percebeu que eles eram aptos a produzirem sons inaudíveis por nós mas que foram por fim gravados e classificados como infra-sônicos. Estava explicado um mistério que, sem querer, aponta para uma direção até então não cogitada. O que era tomado simplesmente por “telepatia” de tais paquidermes trata-se unicamente de eventos que fogem nossa percepção hodierna por simples incapacidade nossa de escutarmos além de uma pequena faixa de freqüência de ondas sonoras. “Baleias cantoras” também fazem uso de pulsos infra-sônicos para comunicação com outras da mesma espécie… e numa extensa rede infra-sônica, habitantes submersos dos vastos oceanos do mundo comunicam-se livremente.
Burlando e extrapolando limites, nós humanos caminhamos em busca de explicações para os fenômenos que nos acometem. É da nossa natureza questionar e buscar meios para satisfazer nossa curiosidade. Assim através de estudos envolvendo tais fenômenos alcançamos um sem número de outras questões a nos impulsionar a outros patamares. É assim que nessa condição atual de entendimento fazemos perguntas cada vez mais embasadas rumo s respostas mais convincentes. Afinal o que é a tão propalada Percepção Extrasensorial? Como o nome diz é a percepção de algo que está além do que pode ser sentido e codificado pelos nossos cinco sentidos básicos. Lembremos com base no enunciado acima, que nossos sentidos estão sujeitos s limitações auto-impostas pela evolução a fim de que pudéssemos dar continuidade a este mesmo processo evolutivo. Somos fruto de uma longa corrente de tentativa e erro da natureza que desembocou na nossa atual compleição.
É da nossa natureza prática esquivarmo-nos de tudo o que não possa ser explicado de forma racional. Contudo da mesma forma, abrimos um leque de interpretações com base na mesma razão a fim de especularmos a natureza daquilo que está além do que possa ser sentido… Esta é a origem do misticismo. Sem entrar nos meandros de tal “disciplina”, o misticismo vem ao encontro da nossa necessidade de respostas s perguntas que fogem da natureza do que pode ser percebido pelos cinco sentidos. Mal visto, vem perdendo seu número de seguidores ao ser confrontado pela ciência e pela experimentação. Contudo, os fenômenos envolvidos no que chamamos de “caminhos mágicos” de entendimento acontecem… mesmo que não se possa explicá-los convenientemente.
Desta feita, se algo acontece e ainda assim não se tem respostas, alguma coisa está errada. Talvez, por arrogância, não aceitemos o fato de simplesmente não estarmos sabendo formular as perguntas certas, nem talvez procurar as provas nos lugares certos. Há que se buscar respostas com bases nas perguntas certas. Muito bem, se há freqüências no espectro luminoso e sonoro que não são captáveis por nossos sentidos, isso não implica em dizer que tais faixas de espectro deixam de existir. Mesmo sem ver nem ouvir, somos continuamente bombardeados por tais freqüências além de nossa capacidade de distinção. Por conseguinte, de alguma forma elas podem ser pressentidas por nós, ainda que de maneira tão sutil que mal nos damos conta das mesmas… assim seria o caso de muitos dos eventos envolvendo PES (Percepção Extra-sensorial) estarem somente ligados a tal percepção de faixas de espectro além da normalidade…
Deixando de lado a captação de luz por nossas retinas, um estudo mais aprofundado com relação ao som e sua influência sobre nossos corpos se faz necessária. O som é algo mais palpável por assim dizer que a luz, visto que provoca alterações mais sensíveis em nossos corpos que o que é meramente visível. Numa escala de sutileza, os sons aliados ao contato com outros seres e substâncias, estão muito vinculados nossa natureza física. Eles fazem nossos corpos vibrarem com maior ou menor intensidade e é justamente nessa forma de ser percebido que eu vou adentrar.
A Natureza do Som
O som é uma vibração que é passada de um ponto ao outro através de átomos em um mesmo meio, ou de um meio ao outro. Quando produzimos um som em um violão, na realidade estamos apenas aplicando um efeito vibratório nas cordas distendidas através do toque de nossos dedos. O resultado que se ouve é o da corda vibrando e tal vibração ao cortar o ar circundante e ser transmitida s moléculas desse ar, atinge nossos ouvidos e é percebida como um tom sonoro. O interessante é que mesmo que não dispuséssemos de ouvidos aptos a ouvir, a vibração ainda assim seria perceptível na caixa do próprio violão, uma vez que esta também é composta por átomos e estes recebem a vibração da mesma forma, sendo o som, portanto, perceptível por nós através do contato com a mesma. Imaginemos então o que se passa com sons inaudíveis. Nossos ouvidos não os percebem diretamente mas da mesma forma que o corpo do violão, nossos corpos são feitos de átomos passíveis de serem estimulados pelas vibrações e estas “ressoam” em nossos órgãos.
A pergunta chave é: qual o efeito desse “ressoar” inaudível? Infra e ultra sons estão freqüentemente cruzando nossos caminhos: o cricrilar dos grilos noite oferece um bom exemplo de borderline sonoro uma vez que captamos apenas a parte audível de seqüências de cri-cris que extrapolam nossa acuidade auditiva. Quando ouvimos o morcego emitindo seus guinchos, da mesma forma apenas ouvimos uma parte mínima do som que foi realmente emitido na forma ultra-sônica. E os infra-sons? Os sons “surdos”, aqueles que apenas fazem vibrar nossas caixas torácicas ainda que não sejamos capazes de distingui-los, invadem nosso sistema físico a todo momento. O oceano de magma sob nossos pés é uma fonte de tais sons, assim como o movimento constante da Terra, explosões, batidas de tambores, tons graves num órgão de igreja, as batidas de nosso coração, terremotos…
Mas bem… e quais seriam os efeitos de tais vibrações percebidas de forma indireta? Não são audíveis, portanto não há limites de suportabilidade de tais sons que sejam perceptíveis em termos de sentidos mas… o que aconteceria caso fôssemos expostos a este tipo de som por um tempo suficientemente longo e numa freqüência perceptível como uma vibração poderosa em nossos corpos?
A pesquisa mais documentada sobre os efeitos dos infra-sons no corpo humano foram levadas a cabo pela NASA, nos idos anos 60, época da corrida espacial. Estudou-se os efeitos que o barulho dos foguetes poderia produzir nos corpos dos astronautas, especialmente durante o lançamento e seus testes confirmaram que a certo volume, os infra-sons causavam várias reações fisiológicas. De acordo com os resultados divulgados pelo pesquisador GH Mohr, uma pessoa exposta a freqüências entre 0 e 100 Hz aos 150-155 dB percebe vibrações na caixa torácica, mudanças no ritmo respiratório, sensação de náusea, dor de cabeça, alterações visuais, tosse e fadiga. Pesquisas subsequentes determinaram que a freqüência em que ocorrem alterações visuais, em conseqüência da vibração do globo ocular, é da ordem de 19 Hz.
Os efeitos dessa freqüência específica foram confirmados ainda pelo engenheiro Vic Tandy, em sua tentativa bem sucedida de desmistificar a “assombração” que perturbava a paz de seu laboratório na cidade inglesa de Coventry. As aparições do “fantasma” eram marcadas pela sensação de desconforto e vislumbres de uma vaga silhueta acinzentada… Quando foi determinado o ponto em que tais aparições aconteciam, Tandy percebeu que correspondia ao local onde havia sido instalado um novo exaustor que, após medições, percebeu-se vibrar na freqüência dos 18,9 Hz… Esse evento fez com que o engenheiro vislumbrasse a possibilidade de pesquisar outros locais “assombrados” a fim de detectar a freqüência dos 19 Hz, a que provoca alterações visuais pela vibração do globo ocular. Acredita ele que outras sensações como arrepios na nuca e a de mudanças na temperatura ambiente podem estar associadas ao efeito dessa freqüência específica no corpo humano.
Ah… uma luz ao fim do túnel… então é isso! Fenômenos que a ciência não admite como realidade, a famigerada PES – Percepção Extra-sensorial pode acontecer apenas pelo contato com freqüências abaixo de nossa capacidade auditiva. Estaríamos portanto mercê desses efeitos quando freqüentando um terreiro de Umbanda por exemplo? Bastam medições… atabaques e surdos em batidas feéricas a fim de produzir sons que estimulam o transe e a perda dos sentidos, a “alegria do terreiro”! E os mantrans orientais? Sons nasais, OM contínuo… numa freqüência baixa, fazendo nosso interior tremer, a vibração primeva do cosmo… Parece que uma chave para a compreensão do que se passa além dos 5 sentidos básicos foi achada. Assim, não adianta negar que fenômenos que fogem do hodierno ocorrem. Não adianta fechar-se para o desconhecido na esperança de que nada de paranormal ocorra. Há a necessidade sim de estudos sérios que busquem respostas s questões… e acima de tudo, o respeito para com aqueles que experimentam tais fenômenos. Afinal, ninguém está isento de tomar contato com freqüências infra-sônicas e experimentar os arrepios na espinha e visões fantasmagóricas…
“Ora direis ouvir estrelas”… e até mesmo elas são audíveis. Os radio-telescópios que captam o som de suas entranhas continuamente dão mostras de que o Universo é uma grande sinfonia e já não somos surdos s harmonias celestes… E o místico em suas evocações mântricas já não pode ser tomado por apenas um lunático quando alega tomar contato com outras dimensões… O fato é que estamos imersos num oceano de vibrações e a mente humana avança a descobrir que o verbo se fez carne, ou, pelo menos, que a carne sofre os efeitos do verbo… por volta dos 19 Hz.

Lígia Amorese Gallo.

Fonte: http://www.jornalinfinito.com.br/materias.asp?cod=121

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