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Gripe Suina (Gripe A)

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Gripe Suina (Gripe A)

Um textozito, daqueles invariavelmente apelidáveis de, no mínimo, muito inteligentes, acerca da doença que anda nos  tablóides internacionais ultimamente:


Por: Ricardo Araújo Pereira


” Mais vasta e perniciosa do que a pandemia de gripe A, talvez só a pandemia de informações acerca da gripe A. Julgo que Esopo escreveu a fábula Pedro e o Lobo apenas porque, na Antiguidade, não havia jornais. Se houvesse, estou certo de que teria optado por escrever a fábula O jornalista e a pandemia.

Que me lembre, esta é a terceira pandemia que o mundo enfrenta com sucesso no espaço de 10 anos. Primeiro, a doença das vacas loucas ia dizimar dois terços da humanidade, e a imprensa publicou artigos que ensinavam a distinguir um bife infectado de um bife escorreito, entrevistas a cientistas, criadores de gado e homens do talho, e reportagens sobre ministros que comiam miolos. Depois, a gripe das aves ia matar mais do que a peste negra. Vários pombos faleceram e algumas gaivotas ficaram estropiadas para sempre, mas a pandemia acabou por nunca se verificar. Neste momento, vivemos a pandemia da gripe suína. Já foi dito que a gripe A é menos perigosa e letal do que a gripe vulgar, mas até agora isso não impediu nenhum jornalista de ir para a porta do hospital contar toda a gente que entra nas urgências a espirrar. Se, de fato, estamos perante uma versão mais fraca mas igualmente contagiosa da gripe normal, os jornalistas terão muito trabalho para acompanhar todos os casos, como parece ter sido a intenção até aqui. Todos os estágios da gripe A terão de ser relatados, e, portanto não bastará comunicar ao país que se registraram 20 novos casos. Será necessário informar que os 73 casos registrados no distrito de Setúbal já estão a canja de galinha, ao passo que os 92 casos do distrito de Beja ainda se assoam com uma regularidade apreciável (12 vezes por hora).

É certo que será urgente descobrir um tratamento eficaz para todas estas doenças, mas não é menos urgente encontrar melhores nomes para elas. Vacas loucas, gripe das aves e gripe dos porcos, por muito que sejam depois rebatizadas mais dignamente com as aborrecidas (e, logo, mais honradas) designações BSE, H5N1 e H1N1, têm problemas de credibilidade inultrapassáveis. É difícil temer doenças que atacam a bicharada com resfriados e loucura. Qualquer dia aparece o pé de atleta dos texugos, ou o herpes labial da mosca, esses sim verdadeiramente mortíferos e pandêmicos – e ninguém acredita.

Acaba por ser inquietante registrar que os animais andam, pelos vistos, a conspirar para gerar pandemias. Nos filmes, quem procura devastar o planeta com vírus novos são cientistas loucos. Na realidade, são vacas loucas. E porcos constipados. Felizmente, até agora, a bicharada tem evidenciado menos talento para dizimar do que para vender jornais. ” – in Visão (Quinta-feira, 16 de Jul de 2009)


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